segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Pequena Miss Sunshine



Este filme estreou há tanto tempo que não deveria ser resenhado agora. Aliás, ele nem devia ter estreado, tampouco feito. Aliás, eu prefiro pensar nele como um produto de algum universo paralelo – deve ter entrado no nosso através de um daqueles portais da finada série Sliders, em que cada Terra alternativa era pior que a nossa, com guerras civis, os nazistas no poder... pois bem, o produto mais nefasto de um desses universos alternativos brotou aqui no nosso planeta, chama-se Little Miss Sunshine e seu efeito destruidor se verificou na cabeça de cada um dos 3.469.785 críticos de cinema profissionais do mundo e do dobro de indies que pensou “um fime de oito milhões de dólares sobre as confusões de uma família da pesada que tá no Oscar! Nossa, a Academia deve estar mudando!” Pois sim, a verdade é dura: (1) gastaram oito milhões nisso; (2) a Academia não está mudando; (3) as expressões estilo sessão da tarde não estão fora de contexto; e (4) Little Miss Sunshine é sim um produto de nosso universo.

“Mas porque tanto ódio contra um filme tão simpático e engraçadinho?” Dirão alguns, e eu responderei: “não sei”, porque um filme tão inexpressivo não deveria motivar nem uma nota sobre sua existência, destinado que estava a ser o item obscuro da lista de filmes do Greg Kinnear que aparece no IMDB esperando um fã encontrar (mas aí ele se tornaria cult e o efeito seria pior). Acho que o ódio é contra como foi vendido, e sabendo-se que grande parte do orçamento de um filme é, na verdade, publicidade, seria melhor ter investido mais em atores qualificados, um roteirista medianamente criativo, um diretor “bacana”... Retornando ao ponto, Little Miss Sunshine é um filme de sessão da tarde que não foi vendido como tal. Ele pega uma fórmula e nem se dá ao trabalho de reciclá-la – todas as situações “engraçadas” te fazem pensar se não as viu antes (“ah mas é que cria uma familiaridade com o filme”). Se eu soubesse que era um filme de sessão da tarde não me incomodaria com a direção virtualmente inexistente, a fotografia comum – “mas é para retratar o kitsch de uma família americana de classe média” –, as atuações planas e inexpressivas, as situações que te deixam com essa cara : |

Mas ele tenta passar uma mensagem”. Ah sim, te digo qual é: concursos de beleza escravizam meninas tornando-as objetos sexuais. “Nossa, o que faremos? Afinal, temos de ter uma mensagem para salvar esse filme e fazer os espectadores acharem que vale a pena viver para ver um filme igual no ano que vem”. Solução: colocar uma guria grávida aos oito anos fazendo um strip-tease (reconheço que essa idéia é boa). O problema é que a família se une para apoiá-la, mostrando que, apesar de todos os conflitos, eles se amam. Final feliz: essa era a mensagem. “Eu não vi isso antes? Ah sim, naquele filme que cansou de passar na sessão da tarde sobre uma família que se muda e não pode levar o cachorro junto, então o guri resolve mijar a cada tantos quilômetros para ‘guiar’ o cãozinho. Qual era o nome mesmo? Não consigo me lembrar...” Ponto provado.

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2 Comentários:

Blogger Polese disse...

grávida de oito anos fazendo strip tease... ¬¬
mas q maldade.

12 de março de 2007 às 18:25  
Blogger Isidoro B. Guggiana disse...

Este comentário foi removido pelo autor.

20 de março de 2007 às 14:08  

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