domingo, 4 de março de 2007

Dreamgirls



Sempre existiu uma certa fórmula para musicais: cenas musicais acompanhadas de diálogos. Tem toneladas de filmes por aí que comprovam isso: Mágico de Oz, Chicago, Moulin Rouge e, o que é possivelmente o melhor musical já criado, Cantando na Chuva. Quando um diretor decide por alguma epifania mal conduzida que é hora de inovar e tenta quebrar essa regra, SEMPRE se sai mal. Alguns conseguem fazer obras de sucesso de palcos se transformarem em filmes horrendos, que não merecem nem sequer serem expostos em locadoras. Um deles é O Fantasma da Ópera, do Joel Schumacher. É um dos piores filmes já feitos. Foi o único filme que NO CINEMA eu cheguei ao ponto de dar cochilos, apesar daquela trilha MAGNÍFICA (ironia, sentiu?) do Nightwish (justiça seja feita, uma das músicas nem é tão asquerosa assim).

Dreamgirls não é nem de longe tão ruim. Mas não merece nem um quarto de indicação ao Oscar. Aliás, merece muito menos que isso. Em primeiro lugar, se tu tens um musical, tu APRESENTA ele como tal, prevendo uma possível falta de informação do espectador. Não faz um trailer com praticamente as únicas cenas faladas do filme e faz parecer que é um filme no padrão dos filmes biográficos. Em segundo lugar, tu não enche o filme com cenas musicais intermináveis e repetitivas. Eu não sei nem se o musical original era assim, mas mesmo que fosse, tem que adaptar algumas coisas! Eu perdi a conta de quantas vezes o público no cinema suspirou e murmurou com o começo de outra cena cantada. Em certo ponto, apreensivos com a possibilidade do início de outra cantoria, eu, e quem estava comigo, rogamos aos deuses cinematográficos juntos “não comecem a cantar! Não comecem a cantar!”, sendo atendidos e suspirando em alívio. São essas as sensações reinantes do filme: alívio quando eles não cantam, apreensão quando existe a possibilidade disso acontecer e frustração quando acontece.

As provas de que o musical bom não é feito com toneladas de cantorias estão aí pra todos verem. O Mágico de Oz tem MUITO mais cenas faladas do que cantadas e é um clássico absoluto dos musicais! O High School Musical (musical da Disney lançado em 2006, acho que apenas para a TV), pra ficar em um exemplo mais novo, tem elementos fortíssimos de exageros típicos de alguns musicais, como no começo do filme em que Troy e Gabriella começam a cantar juntos como se tivessem cantado a vida inteira lado a lado. Isso não prejudica o filme, porque ele foi feito pra ser assim. Como deveria acontecer, as cenas musicais se resumem às passagens mais importantes e pronto, temos um musical que passa longe do chato. Pra finalizar o argumento, Cantando na Chuva, o melhor musical já produzido, tem seu pico de excelência em uma música de 4 minutos e 15 segundos que só aparece na segunda metade do filme.

Em Dreamgirls, cada música é uma nova tentativa de emplacar A música do filme. A cena em que Effie sai das Dreamettes tem que ser uma das seqüências mais chatas da história do cinema. Numa cena que eu calculo que dure uns dez minutos ou mais, temos duas das músicas mais repetitivas da história tocadas uma depois da outra. E o pior: são músicas não só repetitivas, mas também longas.

A maioria dos Oscar’s tem aquele filme medíocre que sabe-se lá porque cargas d’água foi indicado à melhor filme, como O Segredo de Brokeback Mountain ano passado, mas dessa vez, eles exageraram na dose. São poucas as coisas boas que podem receber destaque nesse filme. Eddie Murphy atua bem no seu papel (apesar de aparecer pouco), e as vozes de Beyoncé e da ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante, Jennifer Hudson impressionam em algumas passagens. E só. Jamie Foxx não convence em nenhum momento no personagem que interpreta e a trilha sonora não passa de mediana. Parece que ouvimos sempre a mesma melodia, mas com letras diferentes. É uma trilha previsível e repetitiva. Para completar, ainda temos uma cena paz e amor no final entre o “vilão” da história Curtis Taylor Jr. (Jamie Foxx) e Deena Jones (a Dreamgirl principal, Beyoncé Knowles), quando esta canta um verso de amor olhando pra Curtis, seu ex-marido, que retribui com um sorriso que faz o espectador pensar: peraí, mas ele não era um baita fdp? E eles não tinham brigado há uns 2 minutos? Não obstante, o filme termina com Curtis descobrindo que tem uma filha com Effie (a primeira Dreamgirl que ele namorou e que posteriormente saiu do grupo) e... é. Nada. Não acontece absolutamente nada. Ele vê ela do camarote, desce, fica do lado dela e puf, acabou o filme. Legal né?

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2 Comentários:

Blogger Polese disse...

legal né? só se eu gostasse que me contassem o fim do filme... >.<
mas não tem problema, eu jamais assistiria a ele... :P
nunca vi um musical, apenas uns 5min de chicago... não tem saco pra isso :PPPP

a sim, tu viu high school? isso não é o novo rbd? tá tiaguito, tu é emo...

falo rapaz =D

4 de março de 2007 às 01:31  
Blogger Paula Ramires disse...

pois é... tambem fiquei com medo quando li Hih shool music!
mas.. ok . mesmo tu tendo contado o final do filme, acabo de cortar esse filme dos da lista q tinha pra escolher pra ir ver.
huhuhh
mas ele chega a ser mais chato que o fantasma da ópera!?pq concordo plena mente com o que tu falou do fantasma.. ótmia trilha mas eles conceguiram fazer eu sair furiosa do cinema. ¬¬
ok!
inté!

5 de março de 2007 às 14:33  

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